Edson Guimarães teria utilizado a estrutura da prefeitura para produzir mourões de concreto
O prefeito de Pontalina, Edson Guimarães de Faria, foi afastado do cargo por decisão da Justiça de Goiás, que acatou pedido do Ministério Público do Estado (MPGO) em uma ação civil por improbidade administrativa. A medida foi determinada pela juíza Danila Cláudia Le Sueur Ramaldes, que apontou indícios de uso indevido de bens públicos em benefício pessoal. A vice-prefeita, Joana D’arc, deve assumir interinamente a chefia do Executivo municipal.
De acordo com a decisão, Edson Guimarães utilizou, entre os dias 21 de abril e 7 de maio de 2025, a estrutura da prefeitura, incluindo materiais, maquinários e mão de obra da fábrica de pré-moldados, para produzir 1,5 mil mourões de concreto destinados à própria fazenda, localizada na zona rural do município.
O valor do prejuízo estimado é de aproximadamente R$ 150 mil. Parte dos mourões já havia sido instalada na propriedade, enquanto outros ainda estavam na unidade de produção municipal.
A Justiça também autorizou busca e apreensão dos mourões, com apoio da Polícia Militar, e determinou o lacre da produção restante na própria fábrica, sob responsabilidade da Secretaria de Administração. O afastamento do prefeito tem prazo inicial de 90 dias, prorrogável por igual período.
Ao Mais Goiás, o vereador de Pontalina, Renato Cassimiro, afirmou que irá entrar com pedido de impeachment na próxima segunda-feira (12). Segundo ele, a sessão na Câmara está marcada para às 19h.
Filho exonerado de secretaria
Em outro processo, o MPGO apontou nepotismo e favorecimento pessoal na criação da Secretaria Municipal da Cidade Educadora e Assuntos Estratégicos, usada como justificativa para nomear o filho de Edson Guimarães, Farez Freitas Faria, como secretário.
Segundo a Promotoria, a pasta foi criada exclusivamente para nomear o filho do prefeito, sem atender ao interesse público, já que suas funções se sobrepunham às atribuições de outras secretarias já existentes. A Justiça acatou os argumentos do MP e determinou, em decisão anterior, o afastamento imediato de Farez do cargo, a suspensão da secretaria e o corte de qualquer pagamento ou custo relacionado à estrutura criada por meio da Lei Complementar Municipal nº 30/2024.
O prefeito, recusou-se a acatar recomendação do Ministério Público para exonerar o filho, alegando que o cargo tinha natureza política. A resistência levou o MP a ingressar com a ação judicial, resultando na liminar que cassou a nomeação.
A reportagem solicitou posicionamento da prefeitura de Pontalina sobre as decisões judiciais, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O prefeito também foi procurado, mas não atendeu às ligações. O espaço está aberto.
Fonte: Mais Goiás
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